quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

"...Dor que dói e não se sente...." - Por Flávio Augusto

Qual é a dor que dói mais?

A dor de nunca ter tido a pessoa amada, e de nunca tê-la tocado, sentido seus beijos, seus lábios, seu cheiro, seus carinhos...;

ou ter tudo isso e perdê-la?

Certamente a pior dor é a sua! É a minha! É a de quem sente a própria dor!...

" João gosta de Maria, que gosta de Pedro, que gosta de Ana, que não gosta de ninguém..."

"...como pode ser gostar de alguém, e este alguém não ser seu...?"

Este tipo de situação sempre acontece com todos, e estar de fora é sempre melhor para ver a situação, e saber qual a atitude melhor a fazer, mas aquele ou aquela que nunca se identificou com as frases acima entre aspas ou está mentindo, ou ainda não viveu o suficiente!

(Flávio Augusto)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

100 anos – Pablo Neruda

Quem morre?



Morre lentamente

quem se transforma em escravo do habito,

repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca

Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente

quem faz da televisão seu guru.

Morre lentamente

quem evita uma paixão,

quem prefere o preto no branco

e os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,

justamente as que resgatam o brilho dos olhos,

sorrisos dos bocejos,

corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente

quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,

quem não arrisca o certo pelo incerto para não ir atrás de um sonho,

quem não se permite pelo menos uma vez na vida,

fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente

quem não viaja,

quem não lê,

quem não ouve música,

quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente

quem destrói o seu amor-próprio,

quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,

quem passa os dias queixando-se da sua má sorte

ou da chuva incessante.

Morre lentamente,

quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,

não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitems a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

sábado, 31 de outubro de 2009

Palhaços também choram *


Retirou da face a pálida tinta.
Peruca colorida jogada de lado;
nariz vermelho ao centro de sua
Cabeceira pequena de carvalho,
juntamente com as sobrancelhas falsas,
bigodes e costeletas, de sua brincadeira.

Suas roupas com bolinhas coloridas
e de exagerado tamanho maior que o seu,
cuidadosamente guardadas
no baú de fechaduras enferrujadas e trincadas.

Sapatos de tamanho 58
e pontas arredondadas nos bicos,
de diversas cores, que combinam cada um
com uma determinada e específica
roupa azul, vermelha, amarela ou laranja
todos pendurados nos cabides.
Ao lado, os chapéus divertidos,
que completam a sua vida, sua fantasia.

Agora olha o palhaço para o espelho,
vendo as marcas da vida no seu rosto,
enxergando em cada marca e em cada sulco,
uma realidade triste e difícil de encarar.
Encontra-se diante da realidade e reza
para que logo volte a hora de fugir;
Fugir para sua fantasia sempre alegre e sorridente.

O palhaço triste usa agora
seu lenço mágico, tentando...
tentando sem sucesso enxugar as lágrimas;
Lágrimas tristes de sua vida real,
encarando e reconhecendo
que sua vida não é nada
senão uma grande palhaçada...


(Flávio Augusto)
*Poesia selecionada e publicada no Livro da 16a. Edição do Banco de Talentos da FEBRABAN. Publicação do Livro em 09-11-09, no CITIBANK HALL SP.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pensamento...

“Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam conosco.”

François La Rouchefoucauld

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Somente eu, você e nós! (por Flávio Augusto)

Amor, eu quero parar o mundo
parar o mundo e te ter só pra mim
te ter só comigo
eu, você e o mundo todo
só pra nós dois.
Quero poder te abraçar sem fim
te beijar, acariciar seu corpo lindo
dizer infinitas vezes que te amo
cochichar palavras no ouvido ate você sorrir
Sorrir de cócegas
e com cócegas arrancar mais sorrisos lindos seus.
Quero beijar teu corpo inteiro
da cabeça aos pés
e chegando aos pés, voltar todo o caminho!
Quero passar o resto da vida contigo
somente eu, você e nós...
seja pelo tempo que for, quero você só pra mim.


(Flávio Augusto)

domingo, 24 de maio de 2009

Branco ou Negro? Quem se importa?


Conseguem ver esta foto? Ela não condiz com os tempos de hoje, não é?
Vejamos...
Esta foto é da década de 50, do século passado, e foi tirada no Sul dos Estados Unidos! Foi bem no auge da luta contra o racismo e preconceito naquele país, que atualmente tem o primeiro presidente negro da sua história!
Percebam que tem uma inscrição na parede, separando o bebedouro (melhorzinho) à esquerda para os brancos, e o outro parecendo uma torneira (à direita) para os "coloridos"... ou seja, negros, índios, latinos, etc...
Percebam que a idéia de ter separado um bebedouro para quem é branco e outro para quem não é, não é aceita hoje em dia! Pode ser considerada um absurdo!
Mas será que atualmente a coisa está tão diferente assim? Ou será que nós mascaramos essa discriminação com hipocrisias sociais? Nos dias de hoje ainda vemos uma sociedade dividida em "bebedouros" de pobres e ricos; magros e gordos; altos e baixos; bonitos e feios; héteros e "não-héteros"; religiosos e "não-religiosos"... e várias outras divisões e subdivisões dessas classificações...
Uma pessoa é aceita em um determinado grupo pelas roupas que veste, ou pelo estilo de vida que leva... Hoje em dia não temos mais bebedouros como os da foto separando brancos e "coloridos"... mas ainda temos uma sociedade que não oferece água para todos igualmente! Pensem nisso!!! E se perguntem... Em qual bebedouro você está bebendo água, e de qual você está oferecendo água ao vizinho?
(Flávio Augusto)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Você...


Sua voz em meu ouvido,

sua boca em minha boca,

sua pele em minha pele.


Olho pra seus olhos, que dizem

com sincera timidez,

que me ama, que me quer.


Seu jeito sem jeito

de dizer que sou seu

e que te completo,

que sou aquele com quem quer ficar.


Nossas essências, existências

unidas por uma vida inteira,

por quanto tempo tenha

a minha e a sua vida juntos.


Dia após dia,

após brigas e entendimentos,

cada vez mais

vejo que é você a quem eu quero.


(Flávio Augusto)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O que é a Páscoa... (texto de Luiz Fernando Veríssimo)

-Papai, o que é Páscoa?
-Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa!
-Igual ao Natal?
-É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressureição.
-Ressurreição?
-É, ressurreição. Marta , vem cá !
-Sim?
-Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.
-Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu ?
-Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?
-O que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã ! Já pensou se ele soltauma besteira dessas na escola ? Deus me perdoe ! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
-Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus ?
-É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
-O Espírito Santo também é Deus?
-É sim.
-E Minas Gerais?
-Sacrilégio!!!
-É por isso que a ilha de Trindade fica perto do Espírito Santo?
-Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho!
-Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa ?
-Eu sei lá ! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés depresente ele traz ovinhos.
-Coelho bota ovo ?
-Chega ! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais !
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa ?
-Era... era melhor,sim... ou então urubu.
-Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né ?
-Que dia ele morreu ?
-Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.
-Que dia e que mês?
- (???)Sabe que eu nunca pensei nisso ? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressucitou três dias depois, no Sabado de Aleluia.
-Um dia depois!
-Não três dias depois.
-Então morreu na Quarta-feira.
-Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas ? Ah, garoto, vê se não me confunde ! Morreu na Sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
-Papai, porque amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua ?
-É que hoje é Sabado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
-O Judas traiu Jesus no Sábado ?
-Claro que não ! Se Jesus morreu na Sexta !!!
-Então por que eles não malham o Judas no dia certo ?
-Ui...
-Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
-Cristo. Jesus Cristo.
-Só ?
-Que eu saiba sim, por quê?
-Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
-Ai coitada!
-Coitada de quem?
-Da sua professora de catecismo!

(Luiz Fernando Veríssimo)

FELIZ PÁSCOA A TODOS.... :-)

quarta-feira, 4 de março de 2009

Juramento do Advogado

“Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da Justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas”.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ligação perdida... do além! (Flávio Augusto)

Em um certo dia do mês de outubro do ano de 1998...
Sabe aqueles dias em que você tira o dia somente pra você? Pois bem, esse dia foi um desses... saí caminhando, visitei amigos, cumprimentei as pessoas nas ruas, e seguia caminhando... apenas pensando na vida... ou em nada. Sem compromisso.

Naquela época, o celular já era algo tipo "bem comum", mas ainda estávamos na era daqueles celulares tipo "tijolão", com flip e antena que puxávamos para melhorar o sinal (que por sinal, era péssimo...!)... e ainda estávamos na fase TDMA e analógica... sem muita tecnologia, e sem muitas funções (como chamada em espera, ID bloqueado, etc).
Já era de noite, e eu apressava o passo para chegar logo em casa, pois só agora tinha percebido que já estava bastante escuro, e era perto das 21h. O local onde eu estava não era lá dos melhores... Nunca tive atração por cemitérios, e nunca havia entrado em um, até uma infeliz ocasião em que tive que prestar meus pêsames a uma amiga que perdera um ente naquele ano... Desde então ficara evitando passar por perto do "lar dos mortos"...
Mas, justo naquele dia, que me distanciei muito de casa, justo na-que-le dia... onde estou eu bem próximo? Exato, do cemitério! Sim, naquele mesmo, onde eu havia entrado meses antes... Agora, se o medo do escuro e esquisito caminho que eu estava caminhando já era grande, aumentou! E muito! Eu não via a hora de chegar logo em casa!
Como aprendera nas lições de Educação Religiosa, na escola, comecei a rezar! Rezei tudo que me lembrei (que significa 'quase nada'! Religião não era meu forte!), e o caminho não terminava... eu olhava de lado, e lá ainda estava o terreno silencioso, com as cruzes fincadas no chão... silêncio... eterno silêncio eterno...!
Até que, para ajudar no medo, no susto... ao passar bem em frente ao portão do cemitério, o meu celular toca! E alto! Era um daqueles cinco toques que os celulares da época nos ofereciam!Irritante e insistente.... Mas eu não ousei atender ao celular ali... Tudo o que eu queria era chegar logo em casa! Depois eu via quem tinha me ligado e retornava a ligação, mas somente no aconchego seguro do meu lar!
Cerca de 20 minutos depois, chego em casa... esbaforido, branco e molhado de suor frio! No meio do caminho não aguentei a curiosidade e resolvi olhar para ver quem havia me ligado, afinal de contas, poderia ser alguém da família preocupado comigo. Estava lá... "1 missed call" ... apertei na tecla para ver o número que havia me ligado naquele momento, lá bem em frente ao portão do cemitério... Quando o celular segue para o menu de ligações perdidas... NADA! Sim! "Nenhum" número me ligou! E foi aí que aprendi o significado da expressão "pernas, pra que te quero?" !
Mas ficou o mistério... como é que o meu celular tocou, justo na hora em que eu passava em frente àquele portão macabro, e sem marcar número algum? Terá sido alguma alma penada, querendo se comunicar comigo? Querendo mandar seu recado? Uma ligação do além-túmulo... quem poderia ser?
Isso não sei... ninguém sabe, nem quero saber! Mas com certeza, depois desse episódio, sempre que é necessário passar por um cemitério, eu, na dúvida, desligo o celular... para não correr o risco de receber alguma ligação indesejada....
Bom, agora, peço licença aos colegas... preciso atender a uma ligação no celular... Opa! Número Oculto... xiii... quem será???? Acho que é pra você!

uahahahahahahahaha... uahahahahahahahaha...



(Esta história é verídica! E aconteceu comigo mesmo!)