sábado, 23 de novembro de 2013

Brasil


Olha ali... Eu vi!
Vi a criança no sinal,
O velho e o novo, embaixo da ponte,
Ponte de onde, até onde?
Até quando?
Eu vi!

Olha lá... Eu vejo!
Vejo ricos menos ricos,
Pobres menos pobres,
Sorrisos mais felizes!
Caminhos a seguir.
É sonho? Acorde!
Eu vejo!

Olha só... Vejamos!
Vejamos os problemas do próximo,
O umbigo dos distantes,
A solidariedade em nós,
A felicidade para compartir,
Dividir, conquistar, vencer!
Vejamos!

Olha aqui... Veja o passado,
Sonhe o futuro!
Que futuro?
Mude o presente, ausente!
Abra seus olhos, olhe de lado!
Pense...
Olha aqui!

Venha cá! “Se aprochegue”,
Respire o ar ao seu redor.
Você não é só bunda,
Você não é só cor,
Você não é pão, nem circo...
Cadê a educação? Seja inteligente!
Venha cá!

Olha a seca, olha a fome,
Sinta a miséria, veja a pobreza!
Mude o tom, afine a canção,
Espie de lado, cadê o pão?
O "rato roeu"?
Cadê o gato? Agora é você...
É a sua vez!

Olhe, pense, sinta, seja...
Ande para frente!
Mude...!

Flávio Augusto Albuquerque




“... Meu Brasil brasileiro...”

Fome, miséria, seca, saúde e educação precárias, são alguns dos problemas existentes desde o Império que continuam em voga até os dias atuais, e estão um tanto longe de serem resolvidos. A falta de consciência, solidariedade e amor ao próximo, aliados à bandidagem na política e o respeito à “esperteza” só contribuem para o empobrecimento geral, em todos os aspectos.

No Brasil, e em seus diferentes “brasis”, a impunidade e a corrupção alimentam a fome voraz desses monstros sociais. Pensar no hoje, pensar em si, não olhar para o próximo com olhar de amor e solidariedade mantém a atual estagnação em que vivemos. Algo mudou? Sim. Índices apontam que a inflação diminuiu (ops...voltou a aumentar!), a dívida externa zerou, classes sociais novas e letras foram acrescidas e criadas etc., porém a política do “pão e circo” continua vigente, quase como uma “cláusula pétrea” na nossa sociedade, mudando o nome do “pão”, do “circo”, mas sempre mantendo os cidadãos como os verdadeiros palhaços deste grande e triste espetáculo.

Num país extremamente rico em belezas naturais, em minério, petróleo, e culturas mil, vive-se em função praticamente de samba, carnaval, futebol e escândalos. Sim, escândalos! Para um povo que não lembra sequer em quem votou nas últimas eleições, um modo fácil e prático de “abafar” um escândalo é criar outro escândalo! Assim é o nosso “Brasil brasileiro”.

Um dos caminhos mais sólidos para a real mudança do atual quadro é algo de certo modo até simples de fazer, porém pouco interessante para quem está no poder: A educação! Ora, uma sociedade sem educação, ou pouco escolarizada, e sem cultura de ter conhecimento (por que não falar alienada?) torna-se muito mais fácil de ser manipulada e levada pela “maré”.


Um povo “que não pensa” e tem memória curta torna-se vulnerável às armadilhas e aos ataques nem sempre silenciosos dos governantes! A educação e a cultura estão associadas ao sentido da vida da população em geral! A educação direciona o povo ao rumo para conquistar a sua evolução e realização. A cultura irá contribuir para moldar, melhorar e aprimorar seus valores e atitudes em prol daquilo que será o objetivo da sua vida e do bem maior: a melhoria do país como um todo! Com investimento em educação, cultura, e a consequente elevação moral e a politização, poderemos deixar para as gerações vindouras um país melhor, mais culto e mais organizado do que o que temos hoje como nossa realidade!

Flávio Augusto Albuquerque

Texto premiado no Concurso Cultural ECOA CSL BH 2013







quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sou negro

Eu sou negro.
Sou negro do cabelo "ruim",
Porque bom é assim!
Liso, encaracolado ou "tuim".
Meu cabelo é bom, isso sim!

Eu sou negro.
Negro amarelado,
Negro bronzeado,
Negro azulado.
É, negro em todo lado!

Eu sou negro.
Negro do olho preto,
azul, verde, ou caramelo.
Eu sou negro,
Nem por isso menos belo.

Eu sou negro.
Nem moreno, nem escuro. Negro!
Mulato, cafuzo, quilombola...
Chame como quiser.
Sou negro, até na bitola!

Eu sou negro.
Negro branco,
Negro loirinho,
Negro nórdico,
Negro pretinho.
Negro "porrote",
Negro afilado,
Ainda negro.

Eu sou negro.
Negro com sangue vermelho.
Negro. Nem melhor, nem pior.
Sou tão..., somente negro.

Eu sou negro.
Negro sim!
Negro bom!
Negro quente!
Negro do evangelho e do orixá.

Eu sou negro.
Sou negro e sei pensar.
Sou negro, e não escravo da cor, de verdade.
Sou negro, com orgulho, não com piedade.

Eu sou negro.
Eu e você!



20 de novembro - Dia da Consciência Negra


Flávio Albuquerque