quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ligação perdida... do além! (Flávio Augusto)

Em um certo dia do mês de outubro do ano de 1998...
Sabe aqueles dias em que você tira o dia somente pra você? Pois bem, esse dia foi um desses... saí caminhando, visitei amigos, cumprimentei as pessoas nas ruas, e seguia caminhando... apenas pensando na vida... ou em nada. Sem compromisso.

Naquela época, o celular já era algo tipo "bem comum", mas ainda estávamos na era daqueles celulares tipo "tijolão", com flip e antena que puxávamos para melhorar o sinal (que por sinal, era péssimo...!)... e ainda estávamos na fase TDMA e analógica... sem muita tecnologia, e sem muitas funções (como chamada em espera, ID bloqueado, etc).
Já era de noite, e eu apressava o passo para chegar logo em casa, pois só agora tinha percebido que já estava bastante escuro, e era perto das 21h. O local onde eu estava não era lá dos melhores... Nunca tive atração por cemitérios, e nunca havia entrado em um, até uma infeliz ocasião em que tive que prestar meus pêsames a uma amiga que perdera um ente naquele ano... Desde então ficara evitando passar por perto do "lar dos mortos"...
Mas, justo naquele dia, que me distanciei muito de casa, justo na-que-le dia... onde estou eu bem próximo? Exato, do cemitério! Sim, naquele mesmo, onde eu havia entrado meses antes... Agora, se o medo do escuro e esquisito caminho que eu estava caminhando já era grande, aumentou! E muito! Eu não via a hora de chegar logo em casa!
Como aprendera nas lições de Educação Religiosa, na escola, comecei a rezar! Rezei tudo que me lembrei (que significa 'quase nada'! Religião não era meu forte!), e o caminho não terminava... eu olhava de lado, e lá ainda estava o terreno silencioso, com as cruzes fincadas no chão... silêncio... eterno silêncio eterno...!
Até que, para ajudar no medo, no susto... ao passar bem em frente ao portão do cemitério, o meu celular toca! E alto! Era um daqueles cinco toques que os celulares da época nos ofereciam!Irritante e insistente.... Mas eu não ousei atender ao celular ali... Tudo o que eu queria era chegar logo em casa! Depois eu via quem tinha me ligado e retornava a ligação, mas somente no aconchego seguro do meu lar!
Cerca de 20 minutos depois, chego em casa... esbaforido, branco e molhado de suor frio! No meio do caminho não aguentei a curiosidade e resolvi olhar para ver quem havia me ligado, afinal de contas, poderia ser alguém da família preocupado comigo. Estava lá... "1 missed call" ... apertei na tecla para ver o número que havia me ligado naquele momento, lá bem em frente ao portão do cemitério... Quando o celular segue para o menu de ligações perdidas... NADA! Sim! "Nenhum" número me ligou! E foi aí que aprendi o significado da expressão "pernas, pra que te quero?" !
Mas ficou o mistério... como é que o meu celular tocou, justo na hora em que eu passava em frente àquele portão macabro, e sem marcar número algum? Terá sido alguma alma penada, querendo se comunicar comigo? Querendo mandar seu recado? Uma ligação do além-túmulo... quem poderia ser?
Isso não sei... ninguém sabe, nem quero saber! Mas com certeza, depois desse episódio, sempre que é necessário passar por um cemitério, eu, na dúvida, desligo o celular... para não correr o risco de receber alguma ligação indesejada....
Bom, agora, peço licença aos colegas... preciso atender a uma ligação no celular... Opa! Número Oculto... xiii... quem será???? Acho que é pra você!

uahahahahahahahaha... uahahahahahahahaha...



(Esta história é verídica! E aconteceu comigo mesmo!)