domingo, 27 de novembro de 2016

Ganhos e perdas

O ser humano foi criado para ganhar, não para perder. Todos os humanos. Não sei se é "genético" ou se é a forma como somos criados culturalmente e pelos familiares, mas é fato: somos "programados" para ganhar. 

Desse pensamento tiramos:

1- Aprendamos a perder, pois não ganhamos sempre!

2- Lembremos sempre que ganhar não é garantido, mas lutar é preciso!

3- Reconheçamos nossa tendência de sermos ganhadores, então não nos sintamos perdedores antes da real perda!


4- Perder dói. Falar é fácil.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Querer ou não querer?

"Querer ou não querer?"... Eis a questão!

Porém, maior do que a questão proposta é: O que querer?
Costumamos sempre querer o perfeito.
Queremos o encaixe... o encaixe perfeito.

Sendo assim, o que é o encaixe? Não seria uma mera adaptação?
E quanto ao perfeito? Estaríamos em busca do Divino, assim como o defendido por filósofos da antiguidade?

Então, permitam-me expandir a dúvida inicial: "O que é o querer? Querer o que?"
Ou seja, o que buscamos?

Ora, o encaixe é, senão, adaptar-se ora "aqui", ora "acolá", sendo, portanto, transitório. Busca-se o encaixe a tudo e a todos, menos a si próprio.

E a perfeição? O que seria a perfeição, o perfeito? É algo que existe?
Buscar o perfeito seria, consequentemente, uma busca eterna. Algo inatingível e frustrante ao nosso entendimento, com toda licença que peço à Platão, São Tomás de Aquino, Descartes... já que aqui limito-me ao "perfeito" físico. É algo transcendente. Buscar o perfeito é tentar tocar o intangível, o que arrisco-me fácil a dizer sem hesitar: inexistente.

Tentar convencer-se de que algo ou alguém é ou pode ser perfeito, é atestar total e completo estado de ilusão e limitação.

Seres humanos, simples como somos, não chegam a quaisquer que sejam os conceitos de perfeição. Portanto, querer e buscar o encaixe perfeito é, assim, mergulhar-se em uma transitoriedade banhada em ilusão constante. Está aquém do que podemos ser!

E quanto a mim? Querer? Sim, eu quero! Mas com certeza quero o desencaixe. Não quero adaptação, que inspira o comodismo. Lugar comum por quê? Para quê? Encaixe? Este eu quero encontrar em mim!

E a perfeição? ... Bom, esta eu recuso, pois sabiamente a felicidade vai muito além da perfeição!


Flávio Augusto Albuquerque

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Quando pensamos.

Quando pensamos que está tudo mal, aparece uma "pedra" no mar da vida, bem em nossa frente!
Tudo fica pior?
Se olharmos o copo meio vazio, esta é uma boa oportunidade de esbarrar, se machucar e até ficar à deriva. Ou então ficamos estagnados à espera de vir uma onda mais forte que nos tire dali. Às vezes para um lugar pior e nos afogarmos, às vezes mais próximo à praia.
Porém, se enxergarmos o copo meio cheio,  esta é uma excelente ocasião para subirmos nesse arrecife e vislumbrarmos onde estamos e aonde podemos chegar. Podemos começar a pensar num "terra à vista!" e ver que adiante ainda há esperança!
Tudo vai ser uma questão de como iremos encarar o momento.
Cansou de nadar contra a correnteza? Analise a direção que ela está te levando. De repente pode ser um atalho.
Então, da próxima vez que aparecer aquela pedra no meio do seu caminho, faça dela o impulso que você precisa para ir adiante no seu objetivo. Busque seu "terra à vista!" e siga em frente.
É tudo uma questão de perspectiva.
Quando pensamos que está tudo mal, de repente tudo pode estar melhor!
Basta aproveitar a pedra, respirar e continuar!

Flávio Augusto Albuquerque.

terça-feira, 28 de junho de 2016

"Feliste"

Ele era assim: Um cara legal, inteligente, divertido e sempre com um sorriso amigo no rosto. Simpático e empático com aqueles que o rodeavam, tinha uma energia boa de sentir e que dava vontade de dividir e multiplicar essa sensação de estar junto dele, com ele.

Sempre que perguntavam como ele estava, respondia "estou". Isso parecia tolo e vago aos ouvidos desatentos, mas era a melhor e mais exata resposta que ele poderia dar. Ele estava! Estar é diferente de ser. "Estar" é momentâneo. "Ser" cheira a perpetuidade. E ele era assim... um constante estar! Estados diferentes... de humor, de sensações, de sentimentos... e às vezes ele estava igual! Apenas estava...

...E foi distraído entre diferentes estados que, desatento, se viu repentinamente corado e com coração acelerado, frio na barriga... Tudo isto ao mesmo tempo. Este era um sentimento novo de novo para ele! E estava sempre atrelado à uma presença específica, a um alguém!

Ser flagrado por si próprio gostando, de modo especial, de outra pessoa, o fez rever e repensar muitos conceitos firmados com o passar dos anos, inclusive o próprio conceito de gostar, de admirar alguém ao longe, por mais próximos que estivessem. Foi do real, do sólido e firmado, para o quase platônico. Sua paixão, presença silenciosa na maioria das vezes, o inquietava a tal ponto de não saber ele mesmo o que fazer. Que atitude tomar? Tantas idas e vindas já havia contado no corredor, tantas tentativas de contato e "bons dias" dedicados, sem o retorno esperado... Tantos "nãos" silenciosos!... Estava cego e não via que era ignorado, ou estaria exagerando? Mantém-se a dúvida.

Sua maior frustração era a de não ter a chance de se fazer conhecer e de mostrar quem era realmente. Era de não poder dizer "sou" ao invés de "estou". Era o de não ter a chance de mostrar o seu ser mais perpétuo, a sua essência. Viu-se vítima do constante "estou" e não conseguia mais "ser". Foi obrigado a desistir sem ter a chance de arriscar, de tentar.

Agora, quando perguntado como estava, respondia diferente de antes! Agora dizia "feliste"! E era obrigado a explicar o neologismo toda vez: estava "feliz" com "triste" numa mesma intensidade, num mesmo momento. Preso entre estes dois sentimentos. Era difícil explicar! Ficava feliz ao ver sua paixão mas, ao mesmo tempo, triste em apenas ver, sem poder tocar sua face e sentir sua respiração, sem acariciar-lhe o rosto, sem beijar seus lábios vermelhos...

Conflitavam-se dentro dele o seu yin e o yang, ao mesmo tempo que se harmonizavam! Sim, estava "feliste"! Era como se definia! Loucura? Bobagem? Talvez. Havia preferido já há muito tempo não sentir nada a arriscar sentir dor! Porém, não é fácil ser humano. Agora apenas quer virar a página, mesmo que nela esteja um marcador. Não quer esperança, quer superação!

Por ora, "feliste" é como ele segue... é como ele está! Até algum dia.


Flávio Augusto Albuquerque