Quando nos envolvemos com alguém, as
pupilas dilatam-se, os olhos brilham, a respiração fica ofegante, o coração
acelera. Surgem borboletas no estômago. Isso é a magia da paixão, que pode vir
a tornar-se amor, com o passar do tempo.
É algo que estamos fadados a
experimentar. Foi assim comigo, será assim com você -se já não foi-, e é assim
que acontece com todos nós, independente de cor, idade, sexo,status social...
Desta música ninguém escapa à cantoria.
Algo que às vezes preenche todos os
requisitos de que vai durar para sempre, que tudo será perfeito, todas as
brigas são lindas e os ciúmes são formas de demonstrar amor e que termina em
reconciliação, que ferve o coração dos enamorados...
Mas aí vêm as diferenças, a rotina, o
brilho fica fosco, a grama do curral ao lado parece mais verde, os ciúmes
passam a ser possessividades, desconfianças... desconfianças que antes não
tinham sentido hoje têm nome, endereço, telefone e até jantar esquecido no final daquela noite especial.
Carinhos, afagos, chamegos,
presentes... tornam-se brigas sérias, utensílios atirados em ambos os lados, às
vezes com o testemunho embaçado das lágrimas que escorrem... palavras ateadas
como flechas, que não voltam mais. A respiração antes ofegante de paixão e o
coração acelerado, hoje são sinais de ira, dor e sofrimento, decepção. É sinal
do fim.
E o que resta no final da
história: Apenas caminhos opostos. Cada um para um lado. Na mala, lembranças,
prazeres, mágoas, felicidades e tristezas. Ao longe apenas um choro tímido, engolido
à força, e um pensamento recorrente na mente confusa que só consegue dizer:
"E agora?"
Flávio Augusto Albuquerque
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