segunda-feira, 28 de março de 2011

Doação de órgãos


Quando eu morrer, eu quero que doem meus órgãos! Tudo! Não desejo mais nada para mim!
Rins, Córnea, Coração, Fígado, Medula... até a pele e os ossos, se quiserem!

Mas com uma condição! Apenas autorizo que façam isso, se:


meus rins puderem filtrar mais e melhor a água carregada demais de sais e componentes que são mais e mais nocivos aos seres humanos...


minhas córneas puderem enxergar as coisas belas da vida, e não somente este caos e poluição visual, com o mundo cheio de gente ruim e de guerra...


meu coração sofra menos do mal do amor, e que permaneça sensível o suficiente para acelerar ao receber uma declaração de amor sincera, e resistente o suficiente para suportar a dor da separação, quando esta for necessária... que me mantenham HUMANO...


que meu fígado possa ser dividido em terças e terças partes infinitamente...


que minha medula sirva para a cura do alzheimer, do câncer da própria medula, pro parkinson, para a aids e tudo mais que tiver com sangue e células de origem embrionária...


Mas nada disso servirá se não houver mais altruísmo, se a divisão de pães não for feita todos os dias igualmente, se o mundo não respirar um ar limpo, de paz e organização mundial de verdade, sem hipocrisia, se houver mais respeito e tolerância, se as pessoas não forem sensíveis o suficiente para perceber a capilaridade existente nas pétalas de rosas, que fazem a água escorrer por entre elas, quando chove, se Forças do Bem e da Justiça não se unirem em prol da evolução da humanidade, se não houver amor entre as pessoas.... nada, absolutamente nada, adiantará!


Se for assim, joguem meus dejetos fora! No lixo! Pois órgãos novos em corpos que já estão podres na alma, de nada servirão!


(Flávio Augusto Albuquerque)

Nenhum comentário: